Visitas: 5118158
Usuários Online: 1
A deputada estadual Danielle do Vale (Republicanos) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta terça-feira (22), para se posicionar contra o que classificou como uma campanha de desqualificação dirigida à advogada Alanna Galdino, indicada para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB). Segundo a parlamentar, as críticas ultrapassam os critérios técnicos e expõem um viés de gênero preocupante.
Danielle citou uma fala recente de uma procuradora, que afirmou que Alanna “não tem trajetória própria” e que sua indicação seria fruto apenas da influência do pai. Para a deputada, esse tipo de argumento evidencia uma tentativa histórica de deslegitimar mulheres que alcançam cargos de poder.
“É muito preocupante quando esse tipo de fala parte de outra mulher, porque em vez de fortalecer a representatividade feminina, contribui para enfraquecê-la”, lamentou.
A parlamentar destacou que Alanna Galdino poderá se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de conselheira no TCE da Paraíba — um marco inédito para a instituição. Danielle defendeu que, em vez de ataques, a conquista deveria ser celebrada como um passo significativo rumo à equidade de gênero nos espaços de decisão pública.
“Uma mulher que rompe barreiras e chega a esse posto deve ser reconhecida por sua trajetória. Questionar sua legitimidade com base em laços familiares ou por ser mulher é injusto e discriminatório”, afirmou.
Danielle também pontuou que nenhum homem anteriormente indicado ao tribunal teve sua trajetória associada à figura paterna ou teve sua autonomia posta em dúvida.
“Quando é uma mulher, a crítica costuma ganhar tons de julgamento moral, pessoal e até familiar. Isso precisa ser revisto”, alertou.
A deputada finalizou seu pronunciamento reafirmando o compromisso com a luta pela valorização da presença feminina nas instâncias de poder. Segundo ela, a defesa de uma análise técnica, isenta e livre de preconceitos é fundamental para garantir igualdade de oportunidades.
“Precisamos garantir que o debate seja justo, responsável e sem preconceitos. Respeitar o espaço das mulheres é essencial para uma sociedade mais equilibrada e democrática”, concluiu.