Após a megaoperação da polícia realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28), a Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro divulgou, nesta sexta-feira (31), a lista com 99 nomes dos mortos.

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, a polícia identificou que 78 dos 117 suspeitos mortos na ação tinham histórico criminal, com acusações que incluem homicídio e tráfico de drogas. Além disso, 42 deles estavam com mandados de prisão em aberto.

• DG, chefe do tráfico na Bahia (BA);
• FB, chefe do tráfico na Bahia (BA);
• Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana (BA);
• PP, chefe do tráfico do Pará (PA);
• Chico Rato, chefe do tráfico em Manaus (AM);
• Gringo, chefe do tráfico em Manaus (AM);
• Russo, chefe do tráfico em Vitória (Espírito Santo);
• Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico em Goiás (GO);
• Rodinha, chefe do tráfico em Itaberaí (GO).

Segundo Curi, os complexos da Penha e do Alemão tornaram-se o QG nacional do Comando Vermelho, e passaram a concentrar as decisões para todos os estados onde a facção atua.

“A investigação e as informações de inteligência mostram que lá nos complexos da Penha e do Alemão são onde são feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção”, afirmou o secretário.

Desde terça-feira (28), agentes do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio realizam uma força-tarefa para identificar os corpos. Além disso, além dos 117 suspeitos, quatro policiais — dois civis e dois militares — também morreram na ação. Por fim, os corpos dos agentes mortos já foram enterrados.

Objetivo

A operação envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e teve como objetivo desarticular o Comando Vermelho, além de cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão.

Além disso, a ofensiva gerou confrontos intensos, especialmente na Serra da Misericórdia, onde moradores, por sua vez, encontraram dezenas de corpos. Em seguida, os corpos foram levados à Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para facilitar o reconhecimento.

Alvo principal

O traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, era o principal alvo da operação, mas conseguiu escapar do cerco policial. Atualmente, ele é considerado o maior chefe do Comando Vermelho (CV) em liberdade, estando na hierarquia apenas abaixo de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar, ambos presos em penitenciárias federais.

De acordo com Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio, Doca usou “soldados” do tráfico para criar uma barreira e escapar da operação. Além disso, o Disque Denúncia do Rio oferece R$ 100 mil para quem fornecer informações que levem à sua captura.

Segundo o Disque Denúncia, Doca nasceu na cidade de Caiçara, na Paraíba, no ano de 1970, e ingressou no mundo do crime há pelo menos 20 anos. Em 2007, ele foi preso em flagrante por porte de arma e tráfico de drogas na Vila da Penha, Zona Norte do Rio.

Balanço da operação

• 121 mortes, sendo 117 suspeitos e 4 policiais
• 113 presos, sendo 33 de outros estados, como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Pernambuco
• 10 menores infratores apreendidos
• 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver apreendidos
• 1 tonelada de drogas apreendida